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Precisamos falar sobre a segunda temporada de “3%”, série original Netflix

Sendo a primeira série brasileira produzida pela Netflix, “3%” tem agradado um porcentual bem maior que o seu título.  Sendo considerada a segunda série mais maratonada em termos globais pela  empresa streaming em 2017, ainda há brasileiro que prefere torcer o nariz por puro preconceito, e dizer que produção boa só vem de fora.

3% foi desenvolvida por Pedro Aguilera, e conta a história de um mundo pós-apocalíptico onde a maioria da população vive em situação miserável com apenas uma única oportunidade de mudar de vida. Todo cidadão ao completar 20 anos têm direito de participar do Processo, que nada mais é que uma seleção composta por provas que testam os limites físicos, emocionais e intelectuais.

Apenas 3% das pessoas conseguem passar e recebem o direito de viver em Maralto, um lugar de abundância de recursos onde todos vivem uma vida digna. A segunda temporada estreou no dia 27 e abril na plataforma, e só tem demonstrado ainda mais amadurecimento na história.

Novos personagens aparecem, mas não deixaremos de acompanhar a vida de Ezequiel (João Miguel), Michele (Bianca Comparato), Fernando (Michel Gomes), Joana (Vaneza Oliveira), e Rafael (Rodolfo Valente) após o ultimo Processo realizado.

Um investimento visual e técnico surpreende, assim como a evolução dos personagens. Os cenários do Ocidente, local onde vive a parte pobre da população ganhou mais tempo de tela nesta temporada. É possível identificar as locações realizadas no centro de São Paulo, que recebeu levemente alguns efeitos para aparentar uma cidade pós apocalíptica, inclusive o prédio que recentemente desabou após um incêndio no Largo do Paissandu, aparece em determinadas cenas.

Reprodução Netflix

Para quem tinha curiosidade para saber como se originou essa divisão entre o Continente e o Maralto, finalmente recebeu de presente um episódio praticamente dedicado a esta explicação, sendo um dos plots da série mais interessante.

A série possui algumas falhas, mas que não estragam nem um pouco a experiência. Uma delas é a protagonista Michele, interpretada por Bianca Comparato. Sua atuação é boa, porém seu personagem é inconsistente, o tempo inteiro o telespectador provavelmente fica confuso no que ela de fato quer, e de que lado está. Outro problema é a quantidade de plots twist. Todo mundo gosta dessa fase da trama, porém em 3% ela acontece diversas vezes sem ao menos dar um tempo de “repouso”, tornando o ritmo acelerado demais, e consequentemente previsível, porém mesmo assim, algo inesperado aconteceu, como por exemplo o retorno de uma figura que abandonou a história na metade da 1° temporada.

Agora falando dos pontos melhorados na questão de personagens, com certeza foi o desenvolvimento de Joana, interpretado por Vaneza Oliveira, e  Rafael, papel de Rodolfo Valente, tendo esse último uma atuação melhorada ao comparar com temporada anterior. Ambos ganharam mais destaque e uma função muito importante na história.

O último capítulo, traz uma reflexão ainda mais forte sobre a desigualdade social, e  também de que quando temos pouca informação, ou apenas uma, passamos a acreditar naquilo cegamente como se fosse de fato a unica opção. Inclusive há um protesto onde as pessoas mais acomodadas, que foram manipuladas desde pequenas agem claramente como portadoras da síndrome de Estocolmo.

Enfim, 3% amadureceu, e provavelmente ganhará mais uma temporada, já que o final desta segunda deixa aquele ar de que tem muita história pra contar.

Assista ao trailer da 2° temporada de 3°:

 

 

 

Formado em jornalismo, amante de séries e filmes. Ouvinte de música latina e sertaneja. Pacífico e observador.

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