Precisamos falar sobre a culpa – ou não – do Poncho no fim do RBD
Nesta quinta-feira (5), a entrevista que Alfonso Herrera concedeu ao En La Luna Con Jesús Guzmán foi disponibilizado na internet e tem causado uma revolução por causa do fim do RBD.
Herrera falou sobre a abertura do mercado estadunidense aos atores latinos, sobre La Sociedade De Los Poetas Muertos, Sense8, Dictadura Perfecta, The Exorcist, e, claro, sobre Rebelde e RBD. Foi então, que, depois de quase 10 anos do fim do RBD, ele contou os motivos reais desse adeus: “nós tínhamos esse acordo: se um saísse, o grupo acaba, e isso foi respeitado, felizmente”.
RBD teve seu último show no dia 21 de dezembro de 2008, na Espanha. Um show lindo, para emocionar qualquer um. O fato é que até o último dia 5 de abril, ninguém sabia – de fato – o que tinha acontecido para o fim tão repentino. O grupo ainda estava no auge da carreira, com índices de vendas e lotação de shows que ninguém podia reclamar. Filme e segunda temporada de RBD La Familia planejados para serem lançados, bem como novo álbum e turnê.
Mas nem tudo isso aconteceu, pois no dia 15 de agosto daquele remoto 2008, em que eu estava fazendo bolo, eles anunciaram seu adeus. Sem motivo, razão ou circunstancia. Apenas porque “todo projeto precisa se transformar, transcender”.
Mas Poncho, por fim, explicou melhor todo o contexto desse fim. O contrato do grupo realmente acabava em 2008, então uma reunião com o RBD, Pedro Damián (produtor do grupo) e o pessoal da Televisa aconteceu e todos colocaram seus pontos de vista sobre o assunto. E ele disse que queria fazer outras coisas, queria atuar, que é o ele mais gosta (fato que nunca escondeu dos fãs). “Quando eu expus meu ponto diante dos executivos da Televisa, do Pedro Damián e dos meus colegas de grupo, foi tipo: cri cri cri”, contou.
Mas vamos contextualizar isso, pois ele não foi o vilão da história! RBD era um grupo, as decisões importantes eram tomadas em grupo. E cada um dos vocalistas estavam em projetos separadamente.
Alfonso estava na série Terminales, Maite estava com Cuidado Con El Ángel, Christopher estava com sua marca de acessórios, assim como Anahí, que se focava como empresária com sua marca de roupas. Dulce María focada na primeira edição do Dulce Amargo e Christian fazendo peças de teatro. Cada um seguia sua vida!
Outro ponto importante. Rebelde e RBD não é um produto da Televisa, do Pedro Damián, e nem mesmo dos próprios RBD’s. É um produto da Cris Morena Group, da Argentina. E para renovarem o contrato, uma nova compra pelos direitos autorais e visuais da marca deveria acontecer. Uma burocracia sem tamanho e que até hoje é um problema, tanto é que RBD não está nas plataformas digitais de forma oficial e legal.
E o mais importante de tudo isso: RBD só existe um! E não é apenas uma frase. É um fato! Eles tinham um acordo de que se um saísse, o grupo acabava. Não tinha essa de que se um sai, é só procurar um substituto. Eram seis pessoas, e não há como substituir o que eles viveram e proporcionaram aos seus fãs. Bem como se falta um, aquele vaco ali é enorme.
Lembrem-se das apresentações da Tour Del Adiós em que Poncho e Maite não puderam comparecer. Conseguem pensar em mais shows e turnês sem eles ou algum dos outros? Pois eu não!
RBD acabou no melhor momento e hoje (depois de anos de “não quero acreditar que isso seja verdade”) acredito fielmente nisso. Eles não precisavam esperar o sucesso esfriar para sair por baixo. Eles são lembrados até hoje e serão lembrados para sempre, pois souberam fazer as escolhas certas. Sem brigas, sem vergonhas, sem escândalos. Apenas ensinamentos de que a vida com amor pode ser muito mais leve e de que o respeito pelos sonhos do próximo devem estar sempre presente.
Foto Destaque: photoshoot da Revista Time Out
Jornalista, fã da cultura latina e da loucura que é viver em SP e não troca isso por nada, pois já vive trocando o português pelo espanhol diariamente.